Terrorismo Digital: O Perigo Invisível.
- Ciro Platenik
- 20 de mar. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de ago. de 2019

Estamos atravessando tempos difíceis, onde está cada vez mais claro quão perigoso o ambiente virtual pode ser, sobretudo quando se trata de Crianças e Adolescentes.
As últimas semanas nos trouxeram elementos que sinalizam o quanto devemos rever os limites entre o mundo real e virtual, e o quanto esse perigo é invisível. Muitas famílias já percebiam, até então, que a tecnologia estava ocupando espaços indevidos, porém, não havia motivação suficiente para mudar a postura e reassumir o controle da situação.
Aproveitando para falar sobre o Terrorismo Digital que temos visto acontecer, onde uma escola sofreu um massacre bárbaro e vídeos infantis foram invadidos e seus conteúdos acrescidos de mensagens e imagens, incitando a automutilação e suicídio (através da boneca Momo), por exemplo, liga-se um grande sinal de alerta que nos convida à reflexão: qual o limite entre o mundo real e o virtual? Como administrar o tempo conectado e principalmente, como resgatar o interesse pelo mundo real? Ainda são muitos os questionamentos a respeito dessas novas demandas que estão surgindo com voracidade, surpreendendo pais, que muitas vezes se veem sem saber como administrar e resgatar sua presença na vida dos seus filhos.
E em meio a isso tudo, a pergunta que fica é: o que está acontecendo com as crianças e adolescentes? Para que possa responder a esse questionamento, temos que contextualizar com as mudanças, principalmente em relação aos avanços tecnológicos, dos últimos dez anos. A chegada dos Smartphone promoveu uma revolução na maneira de se comunicar com o mundo e, sobretudo, no modo de se comportar. Esta geração de crianças (de 7 a 12 anos), já nasceram em um ambiente predominantemente virtual. Toda a novidade advinda dos smartphones transformou também os pais, hoje mais distraídos pelas redes sociais e menos atentos a pequenos sinais de comportamento de seus filhos.
Tudo que estamos experimentando, em relação a aspectos comportamentais das crianças e adolescentes, é na verdade a consequência da falta de gerenciamento do tempo e do que se é consumido no ambiente virtual. Portanto, a responsabilidade sobre o que está acontecendo é e sempre será dos pais, que também estão, muitas vezes, totalmente envoltos às facilidades e ao encantamento do ambiente virtual. Vivemos tempos de relações rasas e muito se dá por conta do excesso e ingerência no consumo de telas, e não devemos nos fechar para as consequências, que já estão batendo na nossa porta, a exemplo dos últimos acontecimentos.
Estas questões precisam ser discutidas e, principalmente, atitudes precisam ser tomadas. Recebo, com frequência, no consultório, famílias que já sofrem com questões que atravessam o uso excessivo das telas, como, queda no rendimento escolar, distúrbio do sono, ansiedade etc... E o que venho percebendo é que os pais se encontram perdidos, já que todas essas demandas são novas para eles também. É de extrema importância a busca pelo caminho do meio, nem privar, nem permitir o uso indiscriminado. Reassumir as rédeas e fortalecer a relação equilibrando o uso das tecnologias. O que proponho é uma verdadeira Desintoxicação Virtual, uma limpeza dos padrões de comportamentos compulsivos que temos percebido até aqui, e a promoção de uma nova maneira de se posicionar diante à tecnologia.
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Aprenda a assumir o controle da relação com seus filhos gerenciando o uso da tecnologia:
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